SÃO LUÍS - Empresários maranhenses interessados em desenvolver projetos inovadores em suas empresas vão receber um incentivo do governo do Estado que, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) vai disponibilizar recursos no valor de R$ 4 milhões para financiamento de iniciativas inovadoras criadas em microempresas e empresas de pequeno porte - aquelas que têm orçamento anual de até R$ 3,6 milhões.
Os recursos serão disponibilizados por meio do Edital Programa de Apoio Financeiro a Projetos de Inovação em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Estado do Maranhão (Tecnova-MA), que deve ser lançado até de maio na página da Fundação (www.fapema.br). O Tecnova pretende preencher uma lacuna no desenvolvimento de projetos que tenham como diferencial o ineditismo.
A intenção é impulsionar o crescimento de microempresas com foco na inovação tecnológica. A Fapema foi uma das instituições do Brasil selecionada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para desenvolver o projeto do Ministério da Ciência e Tecnologia. A proposta, apresentada pela Fapema, teve a parceria das Secretarias de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectec) e de Indústria e Comércio (Sedinc); e da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema).
A Fapema foi escolhida como executora principal do projeto porque apresentou a capacidade em captar, selecionar e acompanhar tecnicamente os projetos de inovação tecnológica. A instituição segue atuando em nome da Finep no repasse dos recursos. O Maranhão obteve o sétimo lugar entre os 15 das regiões Norte e Nordeste que enviaram propostas ao órgão.
Os R$ 4 milhões vão ser destinados aos empresários maranhenses que se enquadrarem no perfil do programa. Os projetos aprovados poderão receber recursos de R$ 120.000 a até R$ 400.000, sendo a contrapartida obrigatória de 5% no mínimo para o desenvolvimento do projeto. De acordo com a Finep, o Tecnova surge como alternativa para descentralizar as ações do próprio órgão, na concessão de recursos a micro e pequenas empresas. Igualmente, isso ajudaria os estados a estruturarem e consolidarem as ações para garantir no futuro uma rede que integre o Sistema Nacional de Inovação.
Do valor destinado ao Maranhão, a contrapartida da Finep é de R$ 3 milhões e a da Fapema, R$ 1 milhão. “No Maranhão, ainda não existe essa cultura de inovação muito forte. Nosso objetivo é trabalhar para reverter essa realidade e assim poder utilizar os recursos da melhor forma possível, com projetos em benefício do Estado”, explicou a coordenadora de inovação e empreendedorismo da Fapema, Rosely Grisoto.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão, Edilson Baldez das Neves, entidade parceira do Programa Tecnova no Maranhão, apoiar e intensificar ações que aportam recursos em inovação é estratégico para a indústria e para o desenvolvimento das empresas maranhenses, principalmente as micro e de pequeno porte. “A Fiema incentiva ações e projetos inovadores que tenham foco nas reais necessidades das indústrias e com capacidade de gerar produtos mais competitivos para o mercado”, disse o presidente.
Cenário Favorável
Em todo o país, o programa Tecnova aplicará R$ 190 milhões em recursos, beneficiando 800 empresas. No Maranhão, a expectativa é de que sejam apoiadas até 30 empresas por meio do edital.
Não é de hoje que a Fapema incentiva atividades de pesquisa aos empreendedores. Ano passado, através do edital Programa de Apoio à pesquisa em Empresa (Pappe), seis empreendimentos foram contemplados. Foram disponibilizados recursos de R$ 1,34 milhão a pequenas empresas nas áreas de engenharia, humanas e exatas. Entre os aprovados, estão: uma fábrica de chocolates que quer realizar sua produção trocando energia elétrica por energia solar e um modelo híbrido para cadeira de rodas, a pirebike.
A partir desses projetos constata-se que o Maranhão ainda tem potencial para aumentar e alavancar a projeção de inventos que auxiliem no desenvolvimento do estado. O presidente da Fapema, Antônio Luiz Amaral Pereira, reforça que com o Tecnova devem surgir novas oportunidades a quem se debruça nas pesquisas de inovação. “Isso mostra que os nossos projetos são bons e viáveis e isso vai poder colocar os nossos pesquisadores em uma posição privilegiada e a Fapema pôde oportunizar aos nossos pesquisadores essa posição”, ressaltou.
Ele lembra, no entanto que, para isso, o conceito de gestão e inovação precisa ser trabalhado no meio empresarial. A partir do Tecnova, micro e pequenos empresários precisam ficar atentos. Isso porque, ao contrário do que aconteceu com o edital Pappe, o Tecnova não permitirá uma nova chamada. Os valores vão liberados gradualmente: 40% após a contratação e o restante apenas mediante os primeiros resultados. Rosely Grisotto, reafirma, ainda, a importância da iniciativa. “Temos um valor de R$ 4 milhões, mas se as empresas só tiverem projetos para dois milhões será esse o valor liberado. Por isso, é importante que cada um veja como é possível trabalhar a inovação”.
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